Teoria de Blanchard da Autoginefilia


[Tradução própria]
A Classificação e Rotulagem de Disforias de Gênero não Homossexuais (1989)

Ray Blanchard, Ph.D.

Resumo. Esse relatório propõe estratégias sistemáticas para a classificação descritiva de transtornos de identidade de gênero não homossexuais, baseado em observações clínicas e achados de pesquisa. A classificação de machos biológicos é considerada em primeiro lugar. Uma revisão de taxonomias cross-gênero mostra que observadores anteriores identificaram e rotularam o tipo homossexual de modo muito mais consistente do que qualquer outra categoria de disforia de gênero masculina. É sugerida que a aparente dificuldade em diferenciar confiavelmente entre os grupos não homossexuais resulta do compartilhamento de muitas características sobrepostas entre os vários grupos. Isso é corroborado pela revisão de observações, majoritarimente clínicas, informais e pelos achados de três estudos designados para testar a hipótese de que as disforias de gênero não homossexuais, junto com o transvestimo, constituem, nos homens, uma família de desordens relacionadas. Conclui-se que as principais variedades de disforia de gênero são mais similares entre si do que qualquer uma deles é em relação ao tipo homossexual. Duas recomendações, baseadas na revisão acima, são oferecidas para a classificação, em estudos de pesquisa, de pessoas que experimentam disforia de gênero masculina. Quando o número de indivíduos é pequeno, eles podem ser classificados apenas como homossexuais ou não homossexuais. Quando o número é maior, os casos não homossexuais podem ser classificados como heterossexuais, bissexuais ou analoeróticos (não sentem atração por parceiros masculinos ou femininos, mas não necessariamente desprovidos de desejo sexual ou atividades).

Palavras-chave: DSM-111-R; disforia de gênero; identidade de gênero; homossexualidade; transexualismo; transvestismo.

Texto completo (em inglês):

Teoria de Blanchard da Autoginefilia: Uma Crítica (2010)

CHARLES MOSER, PhD, MD
Resumo. Ao longo dos últimos 20 anos, Ray Blanchard, Ph.D., com uma variedade de coautores e colaboradores, tem proposto com teoria que liga a orientação sexual de transexuais MtF (Masculino para Feminino) com a presença ou a ausência de autoginefilia (excitação erótica pelo pensamento de si mesmo como uma mulher). A Teoria de Blanchard da Autoginefilia sugere que a associação entre orientação sexual e autoginefilia entre transexuais MtF é clinicalmente importante e que a associação é sempre (ou quase sempre) presente. Ainda que a teoria tenha sido criticada por clínicos, pesquisadores e transexuais, ela não havia sido criticada em um artigo com revisão por pares previamente. Esse artigo vai tentar preencher a lacuna. Estudos chave em que a teoria é baseada vão ser analisados, e interpretações alternativas dos dados apresentadas. Eu concluo que, embora a autoginefilia exista, a teoria é falha.

Palavras-chave: autoginefilia, disforia de gênero, transtorno de identidade de gênero, transexualidade

Texto completo (em inglês):

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