Conectividade Funcional em Estado de Repouso em Posição Intermediária
[Tradução própria]
Disforia de gênero masculino-para-feminino: Diferenças gênero-específicas em redes de estado de repouso
Benjamin Clemens, Jessica Junger, Katharina Pauly, Josef Neulen, Christiane Neuschaefer-Rube, Dirk Frölich, Gianluca Mingoia, Birgit Derntl, Ute Habel
RESUMO
Introdução: Em pesquisa recente encontrou-se diferenças relacionadas ao gênero na conectividade funcional em estado de repouso (rs-FC), medida por imagem de ressonância magnética funcional (fMRI). Ao que sabemos, não há estudos examinando as diferenças em rs-FC entre homens, mulheres, e indivíduos que reportam uma discrepância entre sexo anatômico e identidade de gênero, ou seja: disforia de gênero.
Métodos: Para tratar desta importante questão, apresentamos o primeiro estudo fMRI a investigar sistematicamente as diferenças em redes de estado de repouso típicas (RSNs) e efeitos de tratamento hormonal em 26 indivíduos masculino-para-feminino (MtF) comparados a 19 homens e 20 mulheres.
Resultados: Diferenças entre os grupos de controle masculino e feminino foram encontradas apenas na RSN auditória, enquanto diferenças entre ambos grupos de controle e MtFs foram encontradas nas RSNs auditória e fronto-parietal, incluindo áreas sensoriais primárias (por exemplo, o giro calcarino) e áreas cognitivas de ordem maior, como os cingulados médio e posterior e o córtex pré-frontal dorsomedial. No geral, as diferenças em MtFs quando comparadas a homens e mulheres eram mais nítidas antes do tratamento hormonal cross-sex. Um fato interessante é que a rs-FC entre MtFs e mulheres não diferiu significantemente depois do tratamento. Comparando MtFs não tratadas e tratadas, encontramos diferenças na conectividade do giro calcarino e do tálamo no contexto da rede auditória, assim como do giro frontal inferior no contexto da rede fronto-parietal.
Conclusão: Nossos resultados fornecem as primeiras evidências de que MtFs exibem padrões de rs-FC que são diferentes de ambos gêneros atribuído e aspirado, indicando um posição intermediária entre os dois sexos. Sugerimos que o presente estudo constitui um ponto de partida para a pesquisa futura destinada a clarificar se os cérebros de indivíduos com disforia de gênero são mais similares ao gênero atribuído ou ao aspirado.
Palavras-chave: conectividade de rede funcional, diferenças entre gêneros, disforia de gênero, estado de repouso, transexualismo.
Texto completo (em inglês):
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