Estudo sueco conclui que a cirurgia ajuda, mas não é suficiente
Acompanhamento a Longo Prazo de Pessoas Transexuais Passando por Cirurgia de Redesignação Sexual: Estudo de Coorte na Suécia (2011)
Cecilia Dhejne, Paul Lichtenstein, Marcus Boman, Anna L. V. Johansson, Niklas Långström, Mikael Landén
RESUMO
Contexto: O tratamento para o transexualismo é a redesignação sexual, incluindo tratamento hormonal e cirurgia, destinada a fazer o corpo da pessoa tão congruente com o sexo oposto quanto possível. Há uma escassez de estudos de acompanhamento a longo prazo após a
redesignação sexual.
Objetivo: Estimar a mortalidade, a morbidade e a taxa criminal após a cirurgia de redesignação sexual em pessoas transexuais.
Formulação: Um estudo de coorte pareado por população
Ambiente: Suécia, 1973-2003.
Participantes: Todas as 324 pessoas que passaram por redesignação sexual (191 masculino-para-feminino, 133 femino-para-masculino) na Suécia, 1973-2003. Uma população de controle aleatória (10 : 1) foi pareada por ano de nascimento e sexo de nascimento ou sexo redesignado (final), respectivamente.
Principais Medidas de Resultado: Taxas de risco (TR) com intervalos de confiança (IC) de 95% para mortalidade e morbidade psiquiátrica foram obtidas com modelos de regressão de Cox, os quais foram ajustados por status de imigração e morbidade psiquiátrica antes da redesignação sexual (taxas de risco ajustadas, TRa).
Resultados: a mortalidade geral para pessoas sexualmente redesignadas foi maior durante o acompanhamento (TRa 2.8; 95% IC 1.8-4.3) do que para controles do mesmo sexo de nascimento, particularmente morte por suicídio (TRa 19.1; 95% IC 5.8-62.9). Pessoas redesignadas sexualmente também tiveram um risco elevado para tentativas suicídio (TRa 4.9; 95% IC 2.9-8.5) e internação psiquiátrica (TRa 2.8; 95% IC 2.0-3.9). Comparações com controles coincidentes com o sexo redesignado também forneceram resultados similares. Indivíduos feminino-para-masculino, mas não feminino-para-masculino, tiveram um risco maior para condenações criminais do que seus respectivos controles por sexo de nascimento.
Conclusões: Pessoas com transexualismo, após redesignação sexual, tem consideravelmente maiores taxas para mortalidade, comportamento suicida, e morbidade psiquiátrica do que a população geral. Nossos achados sugerem que a redesignação sexual, ainda que alivie a disforia de gênero, pode não consistir em um tratamento suficiente para o transexualismo, e que tratamentos psiquiátrico e somático, após redesignação sexual, aprimorados devem ser estimulados para esse grupo de pacientes.
Texto completo (em inglês):
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